Quinta Feira e Alice desceu para as masmorras. Ela havia se sentido meio perdida nas aulas de Poções Experimentais e resolveu atender essa aula.
Chegou na sala, na verdade não era bem uma sala, mais parecia uma masmorra. As mesas eram muito antigas e manchadas de substâncias aparentemente corrosivas, dados os buracos e falhas em sua superfície. Os tampos eram pretos e as vidrarias escurecidas e opacas pareciam ter séculos de vida. Os vidros das janelas eram manchados devido ao tempo e aos vapores não identificados da sala. Cada aluno possuía um armarinho embaixo da bancada que estavam com as vidrarias cheias de fezes de cupim e alguns alunos possuíam armários premiados com aranhas e outros animais.
Alice verificou a lista anexada à parede e viu que o seu armário era o 29. Surpresa! Ela tinha uma aranha! Verificou a vidraria. Estava tudo lá, pelo menos. Pegou sua apostila de folhas brancas recém- impressas e começou a ler. Iria ser como seguir uma receita de bolo. Nenhum professor ou monitor a vista. 1º teste: teste de chama para verificar a presença de alguns elementos! Ligar a fogueirinha mágica. Entretanto, ela estava meio distraída e não prestou atenção que não estava abrindo o caninho do gás que não estava ligado à fogueirinha. Pegou a varinha e pronunciou “Incendiar!”.
– Ah não!! Eu não quis dizer literalmente incêndio. – Alice travou ficou encarando a bola de fogo que havia se formado na sua frente. Simplesmente não tinha reação. Seus músculos travaram. Seus olhos saíram de foco. A vizinha quis apagar o fogo com o conta gotas mas obviamente não foi suficiente. Alguém da bancada da frente fez um feitiço e o fogo se extinguiu. Só conseguiu ouvir:
– Vanny, qual seu problema? Você é bruxa! E, francamente, um conta-gotas?
– Ah,… eu me esqueci…
Depois de algum tempo, Alice voltou a si e viu que nada havia acontecido. Sua bancada só estava um pouco mais queimada. Próximo experimento: adicionar ácido sulfúrico dos trouxas à uma mistura. Simples. Deve mudar de cor para rosa maravilha. Que frescura,…
Colocou a solução desconhecida no tubinho de ensaio e foi adicionar, tomando um cuidado imenso, o ácido. Três gotas, dizia. Adicionou uma, nada, duas, nada, três, nada. Agitou cautelosamente. Nada. Mais uma gota. Nada. Mais uma. NADA! Um jato! Nada! Dois! FINALMENTE! Um rosa bem claro e tímido. Alice virou um pouco do vidrinho no tubo. Um rosa na tonalidade esperada apareceu. Receita idiota.
Agora formar um anel marrom perto do fundo. Isso para provar que existe um elemento na substância, e assim provar que ela é um veneno perigoso. Ok, adicionar a solução padrão X. Novamente, cautelosamente. Certo, adicionar um monte de uma vez com o conta gotas mais fino. E não é que o anel apareceu! Yay! Perfeito! Ela ficou muito orgulhosa! Foi mostrar para os colegas. Aparentemente NINGUÉM tinha conseguido Ela explicou que deveria adicionar um pouco a mais do que estava escrito. Não quiseram dar ouvidos. Até que ela pegou um tubinho de uma colega e fez para ela. Deu certo novamente.
Alice concluiu que seguir tudo certinho não era o caminho da luz. Estava pegando o jeito. Em outro experimento ela deveria produzir um gás perigoso e muito fedido. Deveria ser feito na capela. A capela estava cheia. Permaneceu onde estava e realizou ali mesmo o experimento. Tudo bem que ela formou ma névoa em volta de si. Parecia ter criado uma nuvem nova. Podia jurar que tinha escutado um trovão. Adicionar algumas gotas de ácido. Agora eu já sei! Colocou um jatinho de conta-gotas,. A substância nebulosa que saía do tubo começou a borbulhar louca e descontroladamente. Alice ficou desesperada e o líquido acabou caindo em suas vestes formando grandes buracos.
Ótimo, tudo que eu precisava. Seus olhos começaram a lacrimejar e sem querer ela deixou cair o vidrinho no chão. Ah não! Levei horas nisso! Não posso perder! Já é quinze para meia noite e a masmorra vai fechar! Ela não hesitou, se jogou no chão ao lado da substância e jogou a solução y. Se formasse precipitado branco o teste era positivo. BANG! Formou! Posso ir embora.
Antes disso, lavar e preencher o reagentário. ( Aliás reagentário é um nome MUITO medieval!). As pias tinham filas para serem usadas e era visível várias pessoas deixando tubinhos cair no fundo destas. O detalhe é que as pias eram originais da Santa Inquisição. De pedra e extremamente profundas. Quantas bruxas não haviam sido torturadas ali? Pobres irmãs. Quando finalmente chegou sua vez, Alice ouviu o professor anunciando que já passava da meia noite e meia e que ele estava fechando e todos tinham que sair. Amanhã ela continuaria, amanhã seria um novo dia. Isso se a adrenalina a deixasse dormir. Poções pode ser muito estressante. Essa foi a lição de seu dia.
Capítulo 5
Março 28, 2010 por redaya
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