Passadas algumas semanas as provas mensais começavam. Estudar era o esperado. Alice não tinha ficado para trás, estudara bastante todas as matérias, aliás ela estava aprendendo que precisava ser auto-didata algumas vezes (sempre). Em um momento crítico de sua semana ela se encontrou na mesa da biblioteca com três livros diferentes de Feitiços abertos em uma mesa e várias ressonâncias de moléculas rabiscadas em papéis soltos. Nada aquilo parecia fazer algum sentido.
Aquela noite ela iria fazer prova de Transfiguração I. Basicamente coisas chatas e contas chatas e impossíveis de se entender, então decoradas e devidamente copiadas em tamanhos menores e guardadas no estojo. Ela se sentou em seu lugar de sempre na sala. Os alunos haviam tomado o cuidado de pular uma cadeira do lado do colega para se sentar. Afinal, era uma prova…
Alice continuava não conversando muito com os colegas de sala, ela preferia mais observá-los. Recebeu a prova, olhou o primeiro exercício. Conta difícil, próximo. O segundo. Não lembro, próximo. O terceiro, Ok talvez eu lembre se rabiscar um pouco. Quarto? Ai droga. Enquanto ela quebrava a cabeça e tentava de todas as formas não deixar o professor ver que estava “consultando”suas anotações, ela notou duas colegas próximas cochichando audivelmente. E surpreendentemente elas trocaram a prova. Assim, em um milésimo de segundo. Alice esqueceu-se até de respirar vendo aquela cena.
Alguns minutos depois, elas destrocaram. E depois trocaram de novo! Que absurdo! E o professor não dizia nada! Bom digamos que o professor era uma espécie de máquina. Alice tinha descoberto no começo do semestre que Cristopher Reeve não tinha realmente morrido alguns anos atrás! Ele tinha virado professor de Hogwarts! O pior é que parecia que ele só possuía as roupas do tempo que tinha interpretado o Clark Kent, o Super-homem, pois 90% do seu figurino era xadrez e de flanela! Incrível.
E assim com toda a pose de galã que era possível que ele tivesse ele simplesmente disse: “meninas, não é permitido trocar a prova. Entreguem agora.” Elas o ignoraram e continuaram escrevendo freneticamente. Ele pediu novamente. Elas aceleraram. Até que ele disse: “Mocinhas, me entreguem agora ou eu darei zero….. ( alguns segundos se passaram) na prova de vocês….”. Elas não tiveram escolhas, levantaram entregaram e saíram da sala. Quem medo!
Alice ficou olhando a cena e acabou se esquecendo da própria prova. Nunca teria coragem de fazer algo assim. Olhou para suas colas e pensou: “Ufa, anda bem que a visão de raio-x dele não funciona!”. Além disso, ela odiava o fato do professor para as frases pela metade. Porque não conseguia terminar uma idéia, uma frase de uma vez. Ela iria responder a prova assim, pela metade e justificar que era tudo que tinha entendido. Não, não, ele já estava irritado o suficiente. Vai que ele sabia ler mentes também, né.
Os minutos se passavam. As contas pareciam mais erradas. Olhou para os resultados do garoto do lado e os resultados estavam todos diferentes. Olhou para o outro lado, mesma coisa. Mas a resolução era a mesma! Sua calculadora estava errando a conta! Não é possível! Pediu a calculadora do vizinho emprestada e bada-bing o resultado deu. Até a calculadora me odeia, Alice pensou…
Acabou descaradamente copiando a questão inteira do vizinho da direita. Número por número. Estou me tornando uma criminosa em série! Ai se minha mãe me visse agora!
Saiu da prova arrasada. O que ela iria fazer? Será que dava para passar? Prestar atenção nas aulas dele era praticamente impossível, ela passava mais da metade da aula copiando as anotações de algum vizinho que entendia o que estava na lousa! Estava na hora de fazer amigos, talvez até encontrasse aluem para trocar de prova com ela…
Capítulo 6
Março 28, 2010 por redaya
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